O consultor de brinquedos Gustavo di Biasi ensina como fazer para que seu filho aproveite melhor os brinquedos
Quando era criança, o calabrês Gustavo di Biasi costumava construir seus próprios brinquedos. Ainda na infância, veio para o Brasil e, mesmo depois de grande, manteve o gosto pelas peças manufaturadas. Na década de 60, abriu uma papelaria no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista. Certo dia, um amigo ofereceu carrinhos de madeira feitos à mão por um tio do interior para Gustavo vender ali. Ele aceitou e, poucos anos depois, a papelaria se transformou em loja de brinquedos na Rua Augusta. A experiência que acumulou em todos esses anos fica evidente depois de alguns segundos de conversa com ele, que atualmente é consultor para a loja Fábrica, na Vila Madalena. Ali, o italiano ajuda os clientes a escolher o brinquedo ideal de acordo com a idade e perfil da criança. Na semana passada, ele contou ao Chá de Bergamota alguns segredinhos sobre brinquedos que toda mãe deveria saber. Olha só:
1. “A criança não deve ter mais de um brinquedo com a mesma função. Se tiver uma casinha de encaixar blocos geométricos, não precisa de um carrinho que faça a mesma coisa. Além disso, o ideal é que tenha à mão cerca de oito brinquedos apenas, com exceção dos objetos de afetividade (boneca preferida, por exemplo). Caso contrário, se confunde, perde o foco, acaba se desinteressando e não aproveita o brinquedo. Se seu filho tem mais do que isso, faça rodízios periódicos trocando um ou dois objetos por vez;
2. Os baús para guardar brinquedos não organizam nada, apenas escondem a bagunça. Como fica tudo misturado, a criança nem consegue ter noção do que é ordem. O correto é ter uma prateleira pequena e baixa (cerca de 1 metro de altura e 30 centímetros de largura) onde guardar cada um dos itens;
3. A criança precisa aproveitar um brinquedo na sua quase totalidade. Ou seja, se trata-se de uma casinha para encaixar peças coloridas e de diferentes formas geométricas, ela precisa conseguir acertar o encaixe na maioria das vezes. Se o desafio for praticamente inatingível, o brinquedo torna-se desinteressante e a brincadeira frustrante.”
FOTO: Madalena Leles