Conheça outra forma de fazer o bebê se sentir à vontade durante a viagem
Os bons manuais de redação e estilo dizem que é feio – e eu até concordo com eles –, mas não resisti e cai na tentação de começar esse post citando uma música. Sabe aquela fofa do Arnaldo Antunes que diz: “A nossa casa é onde a gente está/ A nossa casa é em todo lugar”? Então, ela não saía da minha cabeça durante nossa temporada em Paris. E vou explicar por que. É um fato: quanto mais se sentem em casa, mais tranquilos os bebês ficam, sobretudo quando estão realmente longe do endereço onde reside seu berço, seu cheiro, seus brinquedos. É por isso que, como já disse, vale a pena levar um berço portátil na bagagem ou incluir no roteiro atividades que a criança costuma fazer quando está em casa, como ir ao playground.
Pois hoje vou falar de outra medida que ajudou a fazer daquele apartamento em Paris o nosso lar por duas semanas. Depois de passar dias na casa de nossos amigos alemães que têm uma bebê e, portanto, um montão de brinquedos, chegamos a um lugar onde, com exceção do berço, nada lembrava a casa da Valentina. De cara, percebemos que ela ficava inquieta quanto estávamos no apartamento e queria colo o tempo inteiro. O problema foi resolvido quando eu elegi um espaço da sala onde havia um móvel baixo e sem pontas como “o cantinho da Valentina”. Ali, colocamos os brinquedos que tínhamos levado do Brasil e os outros poucos comprados na Alemanha. Como ainda assim faltava entretenimento no tal cantinho, meu marido foi a outra loja de brinquedos e comprou dois presentes para ela (veja alguns dos brinquedos adquiridos na viagem na foto acima), que foram dados em dias diferentes (assim a novidade não acaba de uma vez só).
Quando ela ficava inquieta, dizíamos: “Vamos brincar no cantinho da Valentina?”. E a conduzíamos até o espaço. Se ela espalhava os brinquedos por todos os cantos, saíamos procurando peça por peça com ela e a ajudávamos a reorganizar o lugar. Ao acordar, era para lá que a minha baixinha era levada, assim como acontece aqui em casa com o tapetão de atividades e o cesto de brinquedos que ela tem na sala. Pronto! Foi a solução. Minha filha voltou a ser um bebê que brinca sozinha como sempre foi. É claro que ela continuou pedindo colo. É claro que, de tempos em tempos, pedia nossa atenção. Mas voltou a ter os seus momentos de paz imersa nas suas fantasias de bebê. Um sossego só. Para todos.
Ah! E aí vai a letra da canção do Arnaldo:
A NOSSA CASA
Na nossa casa amor-perfeito é mato
E o teto estrelado também tem luar
A nossa casa até parece um ninho
Vem um passarinho pra nos acordar
Na nossa casa passa um rio no meio
E o nosso leito pode ser o mar
A nossa casa é onde a gente está
A nossa casa é em todo lugar
A nossa casa é onde a gente está
A nossa casa é em todo lugar
A nossa casa é de carne e osso
Não precisa esforço para namorar
A nossa casa não é sua nem minha
Não tem campainha pra nos visitar
A nossa casa tem varanda dentro
Tem um pé de vento para respirar
A nossa casa é onde a gente está
A nossa casa é em todo lugar
A nossa casa é onde a gente está
A nossa casa é em todo lugar
FOTO: Giuliana Bergamo